28/10/2015

Instalações artísticas propõem reflexão sobre a questão dos refugiados

Cerca de 1200 pessoas, entre alunos, professores e colaboradores, participaram de uma grande atividade coletiva do Projeto Humana Mente, do Colégio Rio Branco e do Centro de Educação para Surdos Rio Branco. Instalações artísticas foram montadas com o objetivo de despertar a reflexão sobre a imigração e a questão dos refugiados em todo o mundo.

Os professores Caio Mendes, Camila Vilar e Fabiana Mendes e a intérprete de Língua Brasileira de Sinais, Lívia Vilas Boas, coordenaram instalações “Hipocampo Coletivo” e “À Deriva”, com apoio de diretores, professores e colaboradores.


Alunos, professores e colaboradores realizaram as instalações artísticas

Conforme explicaram, nas discussões sobre os refugiados, feitas ao longo do semestre com os alunos, identificou-se a relevância do nome próprio como elemento fundamental para a constituição da identidade. Diante dos inúmeros conflitos bélicos e dos processos de imigração em curso, percebe-se que a veiculação de notícias sobre esses acontecimentos costumam tratar os indivíduos apenas sob uma perspectiva numérica, transformando-os em meras estatísticas e ignorando seus nomes, memória, história pessoal, trajetória familiar, sonhos e expectativas. São milhões de indivíduos que buscam condições mínimas de sobrevivência, de manutenção da condição humana.

“Hipocampo Coletivo” envolveu mais de 1200 pessoas na construção

Cerca de 1200 pessoas, entre alunos, professores e colaboradores do Colégio Rio Branco e do Centro de Educação para Surdos Rio Branco, Unidade Granja Vianna, participaram da construção da instalação artística “Hipocampo Coletivo”.

A palavra “Lembrança” foi escrita a partir da colagem de cerca de 4.800 pequenas folhas autoadesivas amarelas (Post-It®) na parede, ocupando uma área aproximada de 7,5 m².

Aos alunos do Ensino Fundamental I, foi solicitada a escrita de quatro nomes de seus familiares na cor azul, com exceção do 2º ano, cujos alunos estão em processo de alfabetização e, por isso, escreveram apenas dois nomes a lápis. Os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II ao 2º ano do Ensino Médio escreveram quatro nomes de pessoas que amam, em cor vermelha. Já os alunos do 3º ano do Ensino Médio, professores e colaboradores escreveram, com caneta preta, quatro nomes de pessoas das quais sentem saudade.


Em destaque, na parede do colégio, a palavra "Lembrança"

“À Deriva” remete à vulnerabilidade daqueles que estão em fuga

Exposta na entrada do prédio do Ensino Médio da Unidade Granja Vianna, a instalação “À Deriva” trata-se de uma grande dobradura que forma um barco de papel em uma rede suspensa. O barco possui 4,1 metros de comprimento, 1,1 metro de largura e 1,15 metro de altura e foi feito com folhas de jornais com notícias recentes sobre refugiados. A fragilidade desta obra remete à vulnerabilidade daqueles que estão em fuga e buscam, incansavelmente, sua sobrevivência.

O projeto simboliza o intenso fluxo migratório, constatado a partir de discussões sobre a atual crise de refugiados de guerras que migram em direção à Europa. A instalação com o barco suspenso permite que a obra seja vista por duas diferentes perspectivas: ora como se estivesse submerso, não conseguindo compreender o problema em sua totalidade; ora como se estivesse diante dele, porém, impossibilitado de agir e modificar a situação.


O barco foi construído com folhas de jornal, que apresentavam notícias sobre refugiados

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