Dia do Surdo



O dia 26 de setembro foi instituído como o dia do surdo por ser a data de inauguração do INES (Instituto Nacional de Educação de Surdo) em 1857, no Rio de Janeiro , que foi a primeira escola para surdos do Brasil.

Até 1908, a data de fundação do Instituto era considerada 1º de Janeiro de 1857, mas o artigo 7º do decreto de nº 6892 de 19 de março de 1908, determinou a mudança para a data de fundação do INES em 26 de Setembro de 1857, isto porque, através do artigo 16º da Lei 939 de 26.09.1857, o Império brasileiro concede a primeira dotação orçamentária para o Instituto passando então, a chamar Imperial Instituto de Educação de Surdos Mudos.

O INES é tido com referência nacional na educação de surdos, mantido pelo Ministério da Educação e Cultura.

Existem controvérsias quanto ao dia correto, pois a comunidade surda considera o dia 26 de setembro Dia Nacional do Surdo e o dia 28 de Setembro dia Internacional do Surdo.

Já no município de São Paulo, a Lei nº12.471 institui que todo último Domingo do mês de Setembro deve ser comemorado o Dia Do Surdo. Sem que, no entanto exista uma referência bibliográfica acessível que justifique tal data, tomamos aqui como dia 26 o “Dia Nacional do Surdo” por ser uma data significativa historicamente e referenciar um importante instituição para esta comunidade.



Com o intuito de celebrar essa data tão significativa para nossos alunos, a CES passou a ser uma das primeiras escolas envolvida na educação de surdos a destacar em seu calendário essa data, que até então, era pouco divulgada e conhecida.

Foi no ano 2000 que começamos a preparar nosso 1º evento.

Com a intenção de ampliar as oportunidades culturais, sociais e o exercício da cidadania dos nossos alunos, nos propusemos desde o ano de 2000, a realizar um evento comemorativo ao Dia Nacional e Internacional do Surdo.

Este primeiro evento contou com uma apresentação teatral “Diferente sim, porque não?”, a partir de um trabalho com livros paradidáticos com os alunos do Ensino Fundamental da EECS, bem como a participação dos alunos do Colégio Rio Branco, com a apresentação de um jogral, abordando a temática da diversidade e suas peculiaridades, interpretado em LIBRAS, pelos próprios alunos ouvintes do Colégio Rio Branco, demonstrando a possibilidade do convívio, com respeito, amizade e solidariedade.

Tivemos também a honra de contar com a presença do Colégio Carandá, que muito contribuiu, participando de um Projeto onde os alunos da 3ª e 4ª série, que por um longo período se comunicaram através de cartas, que propiciou um contato pessoal posterior muito rico, entre surdos e ouvintes. Isto favoreceu a auto-estima de nossos alunos, bem como os avanços sob o aspecto social do respeito às diferenças e conscientização sobre quem é, e como é o indivíduo Surdo.

Este primeiro evento comemorativo foi a alavanca para a idealização de que este seria o momento oportuno, de promover e divulgar a comunidade surda, o Surdo, enquanto indivíduo atuante, que precisa de espaço e oportunidade de mostrar a sua Cultura, Língua, peculiaridades e habilidades. Surgiu então, o desejo de que Surdos de vários pontos do Brasil pudessem mostrar seus trabalhos, suas potencialidades, e que Surdos vitoriosos pudessem ser mostrados como modelo aos nossos pequenos, bem como à sociedade de maneira geral, no exercício de ser cidadão. A partir destes pressuposto iniciamos a organização do evento no ano de 2001.



Idealizamos um evento cultural, onde estaríamos abrindo espaço, para que pequenos e grandes artistas, profissionais ou não, estudantes e simpatizantes, tivessem oportunidade de uma confraternização Encontro Comemorativo, mostrando suas habilidades.

Foi surpreendente, a quantidade de contatos com Surdos de várias localidades do Brasil, na tentativa de apresentar seus trabalhos.

Apesar de termos um esboço de organização do mesmo, só tivemos a real noção do que teríamos pela frente, após estas inscrições se efetivarem ou tornarem-se concretas. Foram muitos, muitos grupos, e instituições manifestando desejo em participar.

A Comunidade Surda se envolveu pelo aspecto da oportunidade e de valorização que o evento estava propiciando, e num breve espaço de tempo, percebemos que seria necessário inclusive, abrir inscrições para o público.

Sabemos que muitas pessoas e Instituições não puderam participar nem mesmo como público. Isto de certa maneira, serviu-nos como termômetro, indicando que não podemos abandonar tal proposta.

Nossa Equipe se dividiu em sub-grupos de atuação, para que conseguíssemos contemplar todos os aspectos envolvidos na realização de um ótimo evento, para que mais do que um evento comemorativo, fosse um momento de reconhecimento e valorização do Surdo.

E também que as famílias de nossos alunos, famílias essas em sua maioria composta por ouvintes, pudessem vislumbrar um futuro ativo, e de realizações para seus filhos.